Ex-vices ganham holofotes
Confira abaixo o editorial do mês
Os vices executivos mais importantes de São Paulo assumiram postos de grande importância.
O vice-governador de São Paulo, Márcio França, que pertence ao PSB, assumiu o lugar de Geraldo Alckimin, PSDB, que renuncia ao cargo para disputar à presidência da república.
Da mesma maneira, Bruno Covas, do PSDB, assumiu a prefeitura de São Paulo no lugar de João Doria, do mesmo partido, que tentará o cargo de governador, no lugar de Geraldo Alckmin.
João Doria, que ficou à frente do cargo de prefeito apenas 15 meses, afirmou durante pouco mais de seu ínfimo 1/4 do mandato cumprido, que de maneira alguma largaria a prefeitura de São Paulo. Na campanha, em entrevistas coletivas da grande imprensa, o político, que não se dizia político, afirmara que seria prefeito até o final do mandato. “Vou prefeitar, fui eleito para isso”, dizia João.
Já Alckmin, que está no seu segundo mandato como governador, foi reeleito em primeiro turno, ao menos cumpriu quase todo o pleito. Com um cenário indefinido de centro e direita, é difícil dizer se há chances de se tornar presidente, uma vez que o tempo de horário eleitoral deve ser compacto pela grande quantidade de pré-candidaturas de alguns partidos que, normalmente, apoiavam o PSDB.
Márcio França, além de vice-governador, foi homem de confiança de Geraldo Alckmin. A situação lembra muito a relação que Alckmin tinha com Mario Covas. Márcio França tem bom diálogo com membros do PSDB e partidos de centro esquerda como o próprio PSB, PC do B e PV. Por estar com a caneta em mãos e manter boa parte da base de partidos que Alckmin deixou, França deve desfrutar de bom tempo de horário eleitoral para construir sua imagem.
Mais análises
João Doria, mesmo com os ruídos graves que deixou ao sair da prefeitura de SP, talvez tenha bom apoio como candidato nas cidades do interior. Isso muito se deve pela liderança que exerce no plano empresarial e pela maneira com a qual se comunica, o que é inegável.
Bruno Covas, com 38 anos, não precisará de eleição e assumirá uma prefeitura com mais de 2 anos e meio de gestão pela frente. O desafio será entregar as promessas não cumpridas por seu antecessor, como organizar os serviços de zeladoria, investir em mobilidade, gerar emprego, enxugar a máquina pública, entre tantos outros desafios.
Já Franca, além de sua candidatura, também precisa dar conta das muitas inaugurações de estações de metrô, hospitais, entre outros. “Coincidentemente”, as obras estão ficando prontas no período de pré-candidatura, o que obrigará o agora atual governador a participar de eventos e ganhar visibilidade.
Na prefeitura, nenhuma disputa. No governo, a máquina em favor do PSB de França enfrentará a máquina privada e do marketing de João Doria.
Independente do desfecho, nunca os vices mais importantes do estado, em tão pouco tempo, ganharam esse protagonismo singular. E a corrida ainda nem começou!
Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.
A polarização das eleições presidenciais
Últimos dois pleitos das eleições para presidente foram marcados pela polarização de candidatos com pensamentos divergentes e extremos.
Em 2014 Aécio Neves pelo PSDB e Dilma Roussef pelo PT protagonizaram um grande embate. Na onda do “nós” contra “eles” a eleição refletiu explicitamente as divergências entre os partidos, com suas ideias e opiniões sobre como seria reger o futuro do Brasil. Era o partido da situação, o PT, sendo provocado pelo partido que governou o país anteriormente, o PSDB.
Ambos promoveram mudanças, mas nenhuma profunda e significativa como reforma da previdência, trabalhista, educacional, tributária, política e tantas outras. Todos os governos empurraram para debaixo do tapete as promessas que fizeram. Mas esse é um cenário recorrente na maioria dos governos brasileiros.
Foram 32 anos de PSDB e PT em que nenhum dos assuntos acima foram encarados como prioridade de fato, ficaram apenas nas lembranças de suas candidaturas. De certa forma, houve um não conformismo com os resultados por conta dos que votaram em Aécio. Podemos até relacionar o cenário do passado, com as atitudes de agora, quatro após depois com a eleição presidencial de 2018, cujo vencedor foi Jair Bolsonaro.
Sobre o apoio e candidatura de Aécio Neves, ficou evidente que muitos nem faziam ideia do envolvimento dele em escândalos e áudios estarrecedores, que vieram à tona meses depois.
A vencedora foi a Dilma Roussef, porém a mesma não chegou a terminar seu governo. Para muitos foi um escândalo e um evidente golpe. Mas o conceito correto seria traição. Traição de um sistema político falido – a chapa seguiu até o final com Michel Temer, vice eleito junto com ela.
E enfim, passados os temerosos 4 anos, com 2 anos de um [vice] presidente tampão, sem credibilidade e com ministros envolvidos até o pescoço com a corrupção, as eleições 2018 chegaram e com ela um cenário ainda mais polarizado. Jair Bolsonaro e Fernando Haddad representavam uma distância de programas e pensamentos ainda mais antagônicos.
De um lado uma filosofia de direita apoiada por uma campanha de internet forte, mas que até então era desacreditada, já iniciada em 2015. E de outro um candidato a vice, de esquerda, que se transformou no candidato oficial após a deliberação da justiça de não permitir que o “candidato oficial” fosse oficializado.
Confuso né?
Mas o processo democrático é assim. Se a lei permite, faz parte do jogo. É claro que não é saudável para democracia tantos partidos fazerem parte de um sistema permissivo com a corrupção como o nosso. São mais de 30 siglas.
São opções de direita, esquerda, extrema de esquerda, extremas de direita, centro, centro-esquerda, centro-direta, além de pegadas sociais, ambientais, trabalhistas, cristãos e por aí vai.
Um candidato ganhou sua primeira disputa para presidente com baixos recursos, uso da intenso da internet, sem coligações e com discursos polêmicos. Devemos sim nos preocupar, fiscalizar e acompanhar tudo que deve se desenrolar daqui por diante.
Conviver em uma sociedade com este sistema político é assim: respeitar a vontade das urnas.É preciso desejar sorte para o novo governo. O Brasil precisa.
Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.
Conteúdo Polarização: Antonio Gelfusa. Foto: Divulgação.
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Os vereadores de São Paulo têm sensibilidade?
Confira abaixo o editorial “Os vereadores de São Paulo têm sensibilidade?”
Não é de hoje que a população sente repulsa quando os governantes aumentam preços de produtos e benefícios dos mais diversos.
Seja R$ 0,20 centavos de condução, seja aumento do combustível, seja impostos dos mais diversos, seja benefícios próprios.
Há 2 anos, a maioria dos vereadores de São Paulo votaram a favor do reajuste de seus salários. Na época, o salário era na casa de R$ 15.031,76 e o reajuste de 26,3% elevava o valor para R$ 18.991,68.
Na época, os edis defendiam que há 4 anos não tinham reajuste de seus salários.
É claro que a aprovação não foi ilegal. Mas, guardada as dificuldades do país, a aprovação era imoral diante da crise econômica e alta do desemprego.
Em 2018, mais uma atitude surpreendeu a população de São Paulo.
Um auxílio saúde com reembolsos de até R$ 1079,00 foi aprovado gerando até R$ 38 milhões de despesa ao ano. (Na reportagem da página 11 desta edição você confere quem votou neste projeto aprovado que seguirá para a sanção do prefeito Bruno Covas).
Em 2016 e agora em 2018 o que se esperava de uma casa legislativa, que se diz representante do povo, era e ainda é a retidão e sensibilidade de entender as dificuldades atuais.
É importante lembrar que a maior parcela da população ganha um salário mínimo, quando não menos.
Muitos estão na informalidade por conta de um desgoverno econômico o qual foram empurrados como forma de sobrevivência.
Na “Praça é Nossa”, o personagem João Plenário costuma apresentar, de maneira cômica, sua ojeriza aos pobres e aos interesses do povo. Sua sensibilidade é zero!
Nunca um personagem de ficção retratou tão bem a falta de postura e sensibilidade que os políticos de São Paulo produzem em seu dia-a-dia.
Fica aqui também o reconhecimento aos vereadores que votaram contra, são eles: Eduardo Suplicy (PT), Fernando Holiday (DEM), Janaina Lima (NOVO), José Police Neto (PSD), Paulo Frange (PTB), Sâmia Bonfim (PSOL), Soninha Francine (PPS) e Toninho Vespoli (PSOL).
Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.
Conteúdo: Antonio Gelfusa. Foto: Divulgação.
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