Duas coisas que aprendi fazer logo cedo: escrever e diagramar.
A diagramação sempre foi um trabalho importante dentro das redações de jornais diários, revistas semanais e estúdios de editoração que atendiam mercados suplementares de veículos customizados, catálogos promocionais, etc.
Os supermercados, os jornas regionais, empresas de construção civil e cosméticos, enfim, todas queriam ter seus próprios veículos de comunicação, uma vez que a internet engatinhava no final dos anos 90.
Quando “tudo era mato” em editoração eletrônica, os primeiros softwares de diagramação como Pagemaker e Quark Express foram o primeiro grande apoio na profissionalização do processo.
Quem lembra dos fotolitos e paste-up nas gráficas sabe o quanto era difícil fazer um jornal regional ou publicação segmentada.
Com a chegada dos softwares gráficos foi possível fazer ajustes em tempo real da tipografia, ajuste de fotos com tratamento de cores e níveis, gerenciamento do espaços entre colunas, entrelinhas, alocação de anúncios, caixas extras, olho de texto, e uma infinidade de personalizações.
Não a toa que os anos 90 e 2000 foram anos de ouro na produção impressa. Tanto que gráficas de jornais e revistas renomadas como Folha de São Paulo – Folhagráfica, Estadão, Diário do Grande ABC e Abril, tinham suas divisões para atendimento das demandas de impressão para o público terceiro.
E nessa época existia um padrão diferente de cada gráfica que era preciso se adequar. Seja na diagramação com os tamanhos de papéis que tinham variações de uma empresa para outra, seja nas impressoras de fotolitos (como as AGFAs da época) que exigiam conhecimento específico na geração dos arquivos postscrip e ppds de finalização.
Era uma época muito complexa porque o designer gráfico podia ter diversos clientes que precisavam que o fechamento de um arquivo que respeitasse a impressora e os detalhes de cada gráfica. Qualquer caixa não marcada ou selecionada, o documento inteiro ficaria corrompido. Um sufoco que demorava horas.
Transformar os arquivos postscript em PDFs era muito demorado quando usávamos os recursos do Acrobat Distiller. Sem falar que os PCs da época eram mais limitados. Mas os PDFs quando gerados ajudavam na conferência do material e no envio mais leve para gráfica.
Com a chegada do Indesign esse processo foi extinto e o PDF passou a ser gerado diretamente pelo programa.
Do disquete simples ao zip drive, da internet discada até a banda larga. Com a evolução da tecnologia enviar um jornal ou revista para gráfica deixou de ser uma necessidade presencial, até porque os arquivos passaram a ser disparados por ftp e email.
Bons tempos!