A culpa é nossa!
Nós negligenciamos o descarte de lixo na cidade.
Do morador mais humilde ao mais abastado.
O lixo muitas vezes não é reciclado. Alguns até jogados em rios e bueiros.
Apenas 7% do total da cidade é reciclado.
Ocupamos as encostas de morros por falta de políticas inteligentes de moradia e conscientização. Naturalmente por falta de condições e conhecimento também.
Mas também ocupamos as moradias elitizadas em prol do avanço e evolução da vida material. Para qualquer item quebrado ou sem serventia, jogamos tudo fora, seja eletrônico ou entulho, não importa o bagulho!
Poucas vezes procuramos os locais adequados para descarte de itens inservíveis.
Essa atitude pouco reflexiva, não tem classe social, ela é sistêmica.
Reclamamos do PT do Haddad que não entregou as obras contra enchentes – prometidas na gestão anterior. Um fato.
Mas elegemos o Doria do PSDB (que abandonou a prefeitura), e temos uma gestão que não gasta 41% do investimento para obras contra enchentes e também negligencia o assunto.
E continuamos votando nos mesmos.
Por outro lado, chove o total de um mês esperado em poucas hora na cidade.
Mas que cidade e estrutura comportaria, né?
Enfim, o meio ambiente nos alerta faz tempo: à necessidade de reciclagem e reutilização, à necessidade de mais plantação de árvores, à diminuição de poluentes, etc.
Faz tempo que a natureza pede mais empatia.
Mas nós deixamos o debate para depois.
Sempre para depois.
Temos coisas “mais importantes” para resolver.
Até o dia que tudo parar e aí precisaremos refletir.
Ou até um dia que não teremos mais nada.
Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.