Conhecemos de fato um mercado regional?
Confira abaixo o editorial do mês
Há décadas, quando marcas de produtos e serviços desejavam falar com seus consumidores, era ligeiramente fácil programar mídia de forma nacional, estadual e regional. Os meios eram poucos – TV, Rádio, Jornal e Revistas – e os veículos também. Nem se compara aos tempos atuais contando com a infinidade de opções que temos por conta da disrupção provocada pela internet.
As grandes regiões – como os veículos de comunicação e agências de publicidade chamavam – eram aquelas ocupadas por uma praça como a grande São Paulo – 12 milhões de habitantes ou mesmo cidades do interior, como São José dos Campos, hoje com 500 mil habitantes. Todas as praças regionais sempre acionadas pelos publicitários e profissionais do marketing.
Vejamos o caso da diferença enorme que há entre as regiões da cidade de São Paulo. Zona Sul, Zona Oeste, Zona Norte, Zona Leste e Centro. Muitas delas com perfis diferentes, consumidores com comportamento gastronômico, de mobilidade e necessidades das mais diversas.
Será que programar mídia para uma cidade toda como São Paulo significa ser assertivo?
Fazendo uma leitura mais aproximada de uma região de São Paulo, imagine que só a zona leste de São Paulo tem uma população estimada de 4,5 milhões de habitantes. Ela é maior que países como Líbano, Uruguai e Nova Zelândia.
O Tatuapé, bairro tradicional da região, com aproximadamente 100 mil habitantes, tem 15 mídias impressas, porém, com a chegada das redes sociais, passou a produzir alguns canais de contato mais fortes que muitas delas juntas.
Um deles é o perfil de facebook chamado Viva Tatuapé. São mais de 94 mil seguidores e a página conta com exposições de vídeos rápidos e conteúdos sobre lançamentos, inaugurações, curiosidades, acidentes etc. Teoricamente com investimento baixo, a mídia chega a ter audiência para mais de 100 mil visualizações por vídeo. Audiência até quatro vezes maior que a tiragem de veículos impressos da região.
É claro que conteúdo e responsabilidade editorial são questões importantes, mas o poder de conexão destes novos canais é enorme.
Tem o caso do portal diário de notícias regionais sobre a zona leste de São Paulo – spjornal.com.br. Hoje ele recebe cerca de 120 mil visualizações mensais – o que se tratando de mídia local é o mais acessado do segmento em São Paulo, ainda mais porque é turbinado pela presença descolada nas redes sociais facebook, twitter, instagram, youtube e whatsapp.
Não muito distante, foi criado recentemente o perfil TV Zona Leste. Não possui oficialmente um site ou canal no youtube, porém, sua página no facebook abriga mais de 10 mil seguidores. O conteúdo profissional das gravações com tomadas externas e até aéreas chega a bater mais de 200 mil acessos. Todas as filmagens falam da realidade jornalística e comercial da Mooca, Itaquera, Vila Carrão e tantos outros bairros.
Sobre a agência Pérgola
A Agência Pérgola Propaganda, que também atua na zona leste e tem 95% de seus clientes na região, passou a oferecer combos de serviços como sites, redes sociais, vídeos e assessoria de imprensa por valores acessíveis. O crescimento da empresa foi de 600% entre 2015 e 2017 e a justificativa é que há no mercado local muitos empresários emergentes que precisam de assistência em comunicação.
Recentemente o Jornal de Vila Formosa recebeu uma ação inédita nas mídias locais. A Agência Molotov, que representa o Spani Atacadista, rede do interior que está chegando à SP, criou um trabalho convergente de publicidade com anúncio impresso nos jornais, banner no portal, posts nas redes sociais Instagram, Facebook, Twitter e impulsionamento de conteúdo.
Nesta ação para ao Spani Atacadista, uma agência do interior pensou algo que as agências que são de SP não pensaram. E muitas vezes as grandes agências de São Paulo negligenciam as mídias locais para investir em mídia massiva, sem considerar os novos canais de bairros. Talvez porque é mais fácil e/ou as comissões são maiores para investimento nos grandes veículos.
Entretanto, será que uma campanha de publicidade da NET ou da Vivo que é promovida para a cidade inteira não provoca chateação no consumidor quando ele liga para contratar um serviço e na região (bairro) ainda não está disponível?
É claro que muitas empresas locais precisam se reinventar e acompanhar o processo de modernização do mercado de comunicação, porém, é preciso também que o alto mercado olhe para os negócios regionais que estão surgindo e se transformando em boas opções de mídia para investimento de grandes marcas.
Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.
Sua empresa já tem site responsivo?
Confira abaixo o editorial do mês
Em meados do ano 2000, com a entrada da internet na vida dos brasileiros, era comum ver que muitas empresas ainda não possuíam um site institucional com informações básicas.
Na época era possível afirmar que mais de 90% das marcas de produtos e serviços não tinham endereço fixo de internet, além do e-mail.
Com o passar de uma década este número se inverteu e, em meados de 2010, aproximadamente 90% das empresas já tinham seus sites – mesmo que básicos – hospedados em algum endereço do universo digital.
Os sites sempre foram o principal meio digital de comunicação das empresas com atuais e futuros consumidores.
Porém, o mundo muda constantemente, assim como as necessidades dos novos consumidores. Não seria diferente com o ambiente virtual.
Com a facilidade na aquisição de celulares as pessoas começaram a desfrutar do acesso à internet em alta demanda de dados.
Os dispositivos também evoluíram. Chegaram às lojas os modelos de 3 e 4G. Tudo isso ao mesmo tempo em que os tablets também passaram a fazer parte da realidade da vida das pessoas. Surgiram novos aplicativos e suportes com desempenho e memórias mais avantajados.
Como os celulares e tablets são mais compactos, os sites antigos acessados – desenvolvidos na década de 2000 – ficavam pequenos em suas telas e mais difíceis de receber a navegação das pessoas.
Surgiu, neste momento, o design responsivo de sites e portais, onde os modelos se adaptam à plataforma em que o usuário estiver utilizando.
Hoje em dia o Google, principal fonte de pesquisa da maioria dos internautas, mostra com palavras quando um site é responsivo. Uma espécie de dedo-duro!
Assim que um item é pesquisado, antes do link oficial, aparece a frase “para móbile”.
O termo nada mais é do que uma orientação ao internauta que ele pode acessar o site pelo celular ou tablet sem problemas de adaptação do layout.
Atualmente 90% dos sites de micros e pequenas empresas não têm o design responsivo.
Além de mais moderno, um site responsivo não afugenta um usuário, uma vez que todo o design se adapta em qualquer dispositivo.
Isso sem falar na convergência de mídias. Geralmente estes novos sites permitem integração com as redes sociais, o que o torna praticamente um centro de informações digitais.
Uma modernização como esta permite às empresas melhor visibilidade com acessos via computador desktop, tablet e, principalmente, celulares.
Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.