Não “Temer” a faxina!
Confira abaixo o editorial “Não “Temer” a faxina!”
Desde os tempos da descoberta do Brasil que o “jeitinho brasileiro” sempre fez parte da realidade política e das relações de nosso povo.
Recentemente foi preso mais um ex-presidente, Michel Temer, aquele que era vice e depois virou definitivo após o processo impeachment de sua antecessora. Movimento este realizado inclusive sob o seu consentimento.
O MDB, Movimento Democrático Brasileiro, tão forte e conhecido na época das “Diretas Já”, na década de 80, se transformava em um ícone da nova política.
Ulysses Guimarães (morto em um acidente de helicóptero em 1992), Tancredo Neves (eleito presidente e morto antes de assumir o cargo em 1989) e Franco Montoro eram os principais figurões, líderes e atuantes em um momento borbulhante da política brasileira.
O MDB, que depois se transformou no Partido Democrático Brasileiro, e que recentemente voltou a se chamar MDB, sempre ocupou o patamar de maior partido brasileiro, com forte representação em todos os estados.
Conhecido por ter muitos líderes prefeitos em grandes e pequenas cidades Brasil afora, o MDB sempre esteve envolvido nas principais negociações na esfera política. Todas sempre passaram por seu crivo e de seus caciques.
José Sarney, o vice de Tancredo, que assumiu a presidência em seu lugar, sempre esteve diante das grandes negociações de coligações e acordos políticos. Isso também mesmo após seu período como presidente e posteriormente como líder no senado.
Com investigações de corrupção até dizer chega, José Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá e tantos outros caciques, ficaram bem conhecidos e expostos pela opinião pública por envolvimento em questões ligadas à ética e esquemas de corrupção nas gestões do PT e outros partidos.
Todavia, não é de hoje que operadores do PMDB foram responsáveis por muitos dos trabalhos sujos nas coligações. Entenda trabalho sujo como negociata, comissões, caixa 2 etc. Seja em gestões do PSDB, PT, entre tantas outras siglas, o PMDB sempre foi governo, sempre foi situação.
Temos agora um ex-vice-presidente (do País e deste partido) preso por corrupção e acusação de operar esquemas nos bastidores.
Michel Temer, vice de Dilma, foi presidente da Câmara dos Deputados durante anos, teve fortes ligações com Eduardo Cunha (preso desde 2016), que também foi uma das figuras mais contraditórias e questionáveis no ponto de vista moral entre bastidores do poder.
O país vive uma situação pouco orgulhosa pelo fato de tantos figurões da política estarem atrás das grades. Ex-presidentes, ex-governadores, ex-ministros, a lista é grande.
Lula, Michel Temer, Eduardo Cunha, Sergio Cabral, José Dirceu, Paulo Maluf (hoje solto), Beto Richa e uma infinidade de nomes que não acaba mais.
Porém, de outro lado, dá uma satisfação danada ver que temos um poder de inteligência, investigação e justiça mais férteis que no passado, onde pouco ou quase nunca víamos cenas como essas que hoje se tornaram rotina.
Para o bem da nação, que a limpeza da lava-jato continue e que venham os próximos.
Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.
Perdemos!
Confira abaixo o editorial “Perdemos!”
Em um curto espaço de tempo vivenciamos as tragédias mais dolorosas possíveis e inimagináveis.
Ao decorrer dos dias de 2019, que se iniciaram há pouco, vimos sonhos de garotos em se tornar atletas reconhecidos serem levados ao vento após o incêndio nas dependências do Clube de Regatas Flamengo.
Também temos assistido, de maneira consternadora, os sonhos de uma vida inteira de mineiros, como a aquisição de uma casa própria ou mesmo a constituição de uma família, indo literalmente pela lama com o crime ambiental cometido pela Vale.
Pessoas e animais indefesos. Todas vítimas da desenfreada falta de responsabilidade na gestão de uma mineradora, primeiro em Mariana e depois Brumadinho.
Não diferente e de acordo com tudo que tem se apresentado, as fortes chuvas têm castigado Rio de Janeiro e São Paulo. Uma prova viva que por mais que nos esforcemos para jogar lixo no lixo e preservar os recursos naturais – que na maioria das vezes não acontece –, nada pode ser mais forte que as decisões da natureza, principalmente quando ela resolve nos devolver todos os maus tratos que propiciamos a mesma.
Triste ver rios trasbordando – como o Aricanduva e Tietê. Triste ver pessoas perdendo seus bens, seus valores, suas vidas e seu amores.
Ainda no campo da indignação, um vídeo mostrando cenas de agressão por parte de um homem com uma mulher em seu primeiro encontro, com explícita selvageria, também ganhou espaço considerável nas mídias.
Como estamos doentes!
No comportamento com o próximo, no cumprimento das leis, na ética profissional, no respeito à vida e ao próximo, enfim.
Acredito, de fato, que o que ainda indigna a nós, cidadãos, é o fato não perceber uma vontade sincera das autoridades em nos dar respostas.
Ecoar e dar a devida visibilidade ao grito de uma mulher que pede justiça – porque perdeu seu marido ou filhos – deveria ser obrigação nossa, obrigação dos meios de comunicação e obrigação moral da classe política.
Ainda na questão de se dar amplitude aos fatos, houve a perda – dolorosa e irreparável – de um dos poucos, senão o único, jornalista que era capaz de nos envolver com sua articulação eloquente em transmitir notícias com críticas isentas e organizadas.
Como faz falta um profissional como Ricardo Boechat nas manhãs brasileiras de rádio.
Só perdemos!
Pouco nos indignamos com fatos que não deveríamos aceitar nem nos mais divagantes pesadelos.
Que Deus possa olhar por nós e que tudo isso nos sirva, minimamente, de evolução para o desenvolvimento de um país mais organizado e respeitoso.
Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.
Fábio Assunção: precisamos falar sobre
Confira abaixo o editorial do mês
Fábio Assunção sempre esteve envolvido com polêmicas nos últimos anos devido seu problema com dependência química. Por conta disso, o ator caiu no gosto popular com “memes” e piadas sempre que uma sexta-feira está próxima. As piadas são de tom para fazer alusão ao excesso de bebida e falta de regras ao final de semana.
Gabriel Bartz lançou uma música que fala sobre esta situação. “Hoje vou ficar doidão, vou virar o Fabio Assunção”, além de outras passagens da canção. Após a repercussão que tomou, o ator publicou um vídeo em que fala sobre o fato de ter uma música sobre sua dependência química. Nele, Fábio esclarece que 15% da população mundial sofre com drogas e tudo que este tipo de vida desencadeia.
Ao mesmo tempo, o ator disse que em nenhum momento pediu para sua assessoria entrar em contato com o cantor no intuito de cercear a liberdade de expressão. Segundo ele, reconhece o quanto o artista no Brasil sofre com falta de incentivo e dificuldade de ocupação de seu espaço.
Por fim, após um esclarecimento pontual sobre todo o processo, Fábio Assunção deixou claro que a ideia é reverter 100% dos diretos autorais para instituições que ajudem a cuidar de dependentes químicos.
Mais uma análise
O brasileiro sempre brincou com tudo e parece que Fábio entendeu isso mais que muita gente por aí. O bom humor, as brincadeiras e até mesmo a “zoeira” como ele mesmo diz, é algo genuíno no brasileiro, mas, de maneira muito inteligente e sensível, não quer deixar de aproveitar o debate para dar mais amplitude para algo que está presente nas mais diversas famílias, ricas ou pobres, seja qual for a cidade, seja qual for o país.
Talvez seja a primeira vez que alguém consegue, através do humor e da dor, juntar ambos para ganhar projeção e conscientizar a sociedade sobre este importante debate. Ao final, disse para as pessoas cuidarem de si, dos amigos na noite, reconhecendo também que eles [no caso ele mesmo e sua assessoria) não são super-heróis por conta da atitude.
A partir de hoje, toda vez que alguém sugerir ligar o “modo Fábio Assunção” será, sem dúvidas diferente. Mesmo sabendo da dor, mesmo sabendo do humor, há algo por trás que podemos e devemos refletir toda vez que o assunto vier à tona.
Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.
Ex-vices ganham holofotes
Confira abaixo o editorial do mês
Os vices executivos mais importantes de São Paulo assumiram postos de grande importância.
O vice-governador de São Paulo, Márcio França, que pertence ao PSB, assumiu o lugar de Geraldo Alckimin, PSDB, que renuncia ao cargo para disputar à presidência da república.
Da mesma maneira, Bruno Covas, do PSDB, assumiu a prefeitura de São Paulo no lugar de João Doria, do mesmo partido, que tentará o cargo de governador, no lugar de Geraldo Alckmin.
João Doria, que ficou à frente do cargo de prefeito apenas 15 meses, afirmou durante pouco mais de seu ínfimo 1/4 do mandato cumprido, que de maneira alguma largaria a prefeitura de São Paulo. Na campanha, em entrevistas coletivas da grande imprensa, o político, que não se dizia político, afirmara que seria prefeito até o final do mandato. “Vou prefeitar, fui eleito para isso”, dizia João.
Já Alckmin, que está no seu segundo mandato como governador, foi reeleito em primeiro turno, ao menos cumpriu quase todo o pleito. Com um cenário indefinido de centro e direita, é difícil dizer se há chances de se tornar presidente, uma vez que o tempo de horário eleitoral deve ser compacto pela grande quantidade de pré-candidaturas de alguns partidos que, normalmente, apoiavam o PSDB.
Márcio França, além de vice-governador, foi homem de confiança de Geraldo Alckmin. A situação lembra muito a relação que Alckmin tinha com Mario Covas. Márcio França tem bom diálogo com membros do PSDB e partidos de centro esquerda como o próprio PSB, PC do B e PV. Por estar com a caneta em mãos e manter boa parte da base de partidos que Alckmin deixou, França deve desfrutar de bom tempo de horário eleitoral para construir sua imagem.
Mais análises
João Doria, mesmo com os ruídos graves que deixou ao sair da prefeitura de SP, talvez tenha bom apoio como candidato nas cidades do interior. Isso muito se deve pela liderança que exerce no plano empresarial e pela maneira com a qual se comunica, o que é inegável.
Bruno Covas, com 38 anos, não precisará de eleição e assumirá uma prefeitura com mais de 2 anos e meio de gestão pela frente. O desafio será entregar as promessas não cumpridas por seu antecessor, como organizar os serviços de zeladoria, investir em mobilidade, gerar emprego, enxugar a máquina pública, entre tantos outros desafios.
Já Franca, além de sua candidatura, também precisa dar conta das muitas inaugurações de estações de metrô, hospitais, entre outros. “Coincidentemente”, as obras estão ficando prontas no período de pré-candidatura, o que obrigará o agora atual governador a participar de eventos e ganhar visibilidade.
Na prefeitura, nenhuma disputa. No governo, a máquina em favor do PSB de França enfrentará a máquina privada e do marketing de João Doria.
Independente do desfecho, nunca os vices mais importantes do estado, em tão pouco tempo, ganharam esse protagonismo singular. E a corrida ainda nem começou!
Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.
A polarização das eleições presidenciais
Últimos dois pleitos das eleições para presidente foram marcados pela polarização de candidatos com pensamentos divergentes e extremos.
Em 2014 Aécio Neves pelo PSDB e Dilma Roussef pelo PT protagonizaram um grande embate. Na onda do “nós” contra “eles” a eleição refletiu explicitamente as divergências entre os partidos, com suas ideias e opiniões sobre como seria reger o futuro do Brasil. Era o partido da situação, o PT, sendo provocado pelo partido que governou o país anteriormente, o PSDB.
Ambos promoveram mudanças, mas nenhuma profunda e significativa como reforma da previdência, trabalhista, educacional, tributária, política e tantas outras. Todos os governos empurraram para debaixo do tapete as promessas que fizeram. Mas esse é um cenário recorrente na maioria dos governos brasileiros.
Foram 32 anos de PSDB e PT em que nenhum dos assuntos acima foram encarados como prioridade de fato, ficaram apenas nas lembranças de suas candidaturas. De certa forma, houve um não conformismo com os resultados por conta dos que votaram em Aécio. Podemos até relacionar o cenário do passado, com as atitudes de agora, quatro após depois com a eleição presidencial de 2018, cujo vencedor foi Jair Bolsonaro.
Sobre o apoio e candidatura de Aécio Neves, ficou evidente que muitos nem faziam ideia do envolvimento dele em escândalos e áudios estarrecedores, que vieram à tona meses depois.
A vencedora foi a Dilma Roussef, porém a mesma não chegou a terminar seu governo. Para muitos foi um escândalo e um evidente golpe. Mas o conceito correto seria traição. Traição de um sistema político falido – a chapa seguiu até o final com Michel Temer, vice eleito junto com ela.
E enfim, passados os temerosos 4 anos, com 2 anos de um [vice] presidente tampão, sem credibilidade e com ministros envolvidos até o pescoço com a corrupção, as eleições 2018 chegaram e com ela um cenário ainda mais polarizado. Jair Bolsonaro e Fernando Haddad representavam uma distância de programas e pensamentos ainda mais antagônicos.
De um lado uma filosofia de direita apoiada por uma campanha de internet forte, mas que até então era desacreditada, já iniciada em 2015. E de outro um candidato a vice, de esquerda, que se transformou no candidato oficial após a deliberação da justiça de não permitir que o “candidato oficial” fosse oficializado.
Confuso né?
Mas o processo democrático é assim. Se a lei permite, faz parte do jogo. É claro que não é saudável para democracia tantos partidos fazerem parte de um sistema permissivo com a corrupção como o nosso. São mais de 30 siglas.
São opções de direita, esquerda, extrema de esquerda, extremas de direita, centro, centro-esquerda, centro-direta, além de pegadas sociais, ambientais, trabalhistas, cristãos e por aí vai.
Um candidato ganhou sua primeira disputa para presidente com baixos recursos, uso da intenso da internet, sem coligações e com discursos polêmicos. Devemos sim nos preocupar, fiscalizar e acompanhar tudo que deve se desenrolar daqui por diante.
Conviver em uma sociedade com este sistema político é assim: respeitar a vontade das urnas.É preciso desejar sorte para o novo governo. O Brasil precisa.
Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.
Conteúdo Polarização: Antonio Gelfusa. Foto: Divulgação.
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Os vereadores de São Paulo têm sensibilidade?
Confira abaixo o editorial “Os vereadores de São Paulo têm sensibilidade?”
Não é de hoje que a população sente repulsa quando os governantes aumentam preços de produtos e benefícios dos mais diversos.
Seja R$ 0,20 centavos de condução, seja aumento do combustível, seja impostos dos mais diversos, seja benefícios próprios.
Há 2 anos, a maioria dos vereadores de São Paulo votaram a favor do reajuste de seus salários. Na época, o salário era na casa de R$ 15.031,76 e o reajuste de 26,3% elevava o valor para R$ 18.991,68.
Na época, os edis defendiam que há 4 anos não tinham reajuste de seus salários.
É claro que a aprovação não foi ilegal. Mas, guardada as dificuldades do país, a aprovação era imoral diante da crise econômica e alta do desemprego.
Em 2018, mais uma atitude surpreendeu a população de São Paulo.
Um auxílio saúde com reembolsos de até R$ 1079,00 foi aprovado gerando até R$ 38 milhões de despesa ao ano. (Na reportagem da página 11 desta edição você confere quem votou neste projeto aprovado que seguirá para a sanção do prefeito Bruno Covas).
Em 2016 e agora em 2018 o que se esperava de uma casa legislativa, que se diz representante do povo, era e ainda é a retidão e sensibilidade de entender as dificuldades atuais.
É importante lembrar que a maior parcela da população ganha um salário mínimo, quando não menos.
Muitos estão na informalidade por conta de um desgoverno econômico o qual foram empurrados como forma de sobrevivência.
Na “Praça é Nossa”, o personagem João Plenário costuma apresentar, de maneira cômica, sua ojeriza aos pobres e aos interesses do povo. Sua sensibilidade é zero!
Nunca um personagem de ficção retratou tão bem a falta de postura e sensibilidade que os políticos de São Paulo produzem em seu dia-a-dia.
Fica aqui também o reconhecimento aos vereadores que votaram contra, são eles: Eduardo Suplicy (PT), Fernando Holiday (DEM), Janaina Lima (NOVO), José Police Neto (PSD), Paulo Frange (PTB), Sâmia Bonfim (PSOL), Soninha Francine (PPS) e Toninho Vespoli (PSOL).
Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.
Conteúdo: Antonio Gelfusa. Foto: Divulgação.
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Por que contratar uma agência de propaganda para as empresas?
Confira abaixo o editorial do mês
Muitas pessoas desenvolvem suas empresas, pequenas ou médias, estruturando os departamentos de vendas, administrativo, finanças entre outros. Na maioria das vezes o âmbito do marketing e da comunicação sempre são os setores que demoram mais a serem estruturados.
A agência de propaganda geralmente presta serviços para desenvolver a comunicação interna e/ou externa das empresas suprindo estas necessidades. Estes respondem diretamente aos donos ou ao departamento de comunicação quando constituído.
A expertise adquirida pelos profissionais de agências de propaganda pode ajudar na tomada de decisão das empresas. Isso no que tange ao posicionamento desejado, ou seja, como a corporação deseja ser vista.
Uma agência atende clientes dos mais variados segmentos, obtendo informações, testando fórmulas e aplicando projetos que se transformam em cases de referência.
A contribuição com o feeling da equipe de atendimento publicitário ajuda no processo de desenvolvimento.
Muitas vezes o serviço prestado pela agência de publicidade conta com a participação de designers, publicitários, jornalistas, profissionais de marketing, produtores audiovisuais, entre outros.
Financeiramente é mais viável contar com uma gama de serviços técnicos dentro de um pacote de agência ao invés de contratar todos os profissionais para um departamento de comunicação interno. Salvas as marcas e empresas grandes com estruturas milionárias, o que não é o caso dos pequenos e médios negócios.
O início de um relacionamento entre agência e cliente é marcado pela imersão nas informações para que os prestadores conheçam um pouco sobre o negócio, diferenciais e montagem inicial de pastas com imagens, logomarca, preferências de cores, informações gerais e conceito visual básico a ser adotado no início da parceria.
Sem dúvida alguma o tempo ajuda na afinidade entre as partes, lembrando que ambos devem facilitar o fluxo de informação, além de estabelecer um canal de comunicação que possa organizar a solicitação dos trabalhos que pode ser via whatsapp, e-mail, telefone ou mesmo algum sistema interno.
Quais os serviços disponíveis?
São diversos os serviços prestados por uma agência de comunicação: desenvolvimento de identidade visual, logomarca, catálogo de produtos, sites, entre outros.
A remuneração do serviço pode ser feita através de um contrato com pacote mensal chamado de fee, por inserção em mídia – que assegura 20% do valor bruto negociado para a agência e/ou por job – que é o trabalho pontual sem vínculo frequente.
Uma agência de publicidade geralmente enxerga de maneira diferente os negócios do cliente, uma vez que está fora da “contaminação” interna.
Por fim, é justamente esta isenção por estar do lado externo e a experiência acumulada pelos profissionais de comunicação que fazem das opiniões e recomendações da agência dicas certeiras que contribuem com o desenvolvimento da cultura da comunicação.
Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.
Conhecemos de fato um mercado regional?
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Há décadas, quando marcas de produtos e serviços desejavam falar com seus consumidores, era ligeiramente fácil programar mídia de forma nacional, estadual e regional. Os meios eram poucos – TV, Rádio, Jornal e Revistas – e os veículos também. Nem se compara aos tempos atuais contando com a infinidade de opções que temos por conta da disrupção provocada pela internet.
As grandes regiões – como os veículos de comunicação e agências de publicidade chamavam – eram aquelas ocupadas por uma praça como a grande São Paulo – 12 milhões de habitantes ou mesmo cidades do interior, como São José dos Campos, hoje com 500 mil habitantes. Todas as praças regionais sempre acionadas pelos publicitários e profissionais do marketing.
Vejamos o caso da diferença enorme que há entre as regiões da cidade de São Paulo. Zona Sul, Zona Oeste, Zona Norte, Zona Leste e Centro. Muitas delas com perfis diferentes, consumidores com comportamento gastronômico, de mobilidade e necessidades das mais diversas.
Será que programar mídia para uma cidade toda como São Paulo significa ser assertivo?
Fazendo uma leitura mais aproximada de uma região de São Paulo, imagine que só a zona leste de São Paulo tem uma população estimada de 4,5 milhões de habitantes. Ela é maior que países como Líbano, Uruguai e Nova Zelândia.
O Tatuapé, bairro tradicional da região, com aproximadamente 100 mil habitantes, tem 15 mídias impressas, porém, com a chegada das redes sociais, passou a produzir alguns canais de contato mais fortes que muitas delas juntas.
Um deles é o perfil de facebook chamado Viva Tatuapé. São mais de 94 mil seguidores e a página conta com exposições de vídeos rápidos e conteúdos sobre lançamentos, inaugurações, curiosidades, acidentes etc. Teoricamente com investimento baixo, a mídia chega a ter audiência para mais de 100 mil visualizações por vídeo. Audiência até quatro vezes maior que a tiragem de veículos impressos da região.
É claro que conteúdo e responsabilidade editorial são questões importantes, mas o poder de conexão destes novos canais é enorme.
Tem o caso do portal diário de notícias regionais sobre a zona leste de São Paulo – spjornal.com.br. Hoje ele recebe cerca de 120 mil visualizações mensais – o que se tratando de mídia local é o mais acessado do segmento em São Paulo, ainda mais porque é turbinado pela presença descolada nas redes sociais facebook, twitter, instagram, youtube e whatsapp.
Não muito distante, foi criado recentemente o perfil TV Zona Leste. Não possui oficialmente um site ou canal no youtube, porém, sua página no facebook abriga mais de 10 mil seguidores. O conteúdo profissional das gravações com tomadas externas e até aéreas chega a bater mais de 200 mil acessos. Todas as filmagens falam da realidade jornalística e comercial da Mooca, Itaquera, Vila Carrão e tantos outros bairros.
Sobre a agência Pérgola
A Agência Pérgola Propaganda, que também atua na zona leste e tem 95% de seus clientes na região, passou a oferecer combos de serviços como sites, redes sociais, vídeos e assessoria de imprensa por valores acessíveis. O crescimento da empresa foi de 600% entre 2015 e 2017 e a justificativa é que há no mercado local muitos empresários emergentes que precisam de assistência em comunicação.
Recentemente o Jornal de Vila Formosa recebeu uma ação inédita nas mídias locais. A Agência Molotov, que representa o Spani Atacadista, rede do interior que está chegando à SP, criou um trabalho convergente de publicidade com anúncio impresso nos jornais, banner no portal, posts nas redes sociais Instagram, Facebook, Twitter e impulsionamento de conteúdo.
Nesta ação para ao Spani Atacadista, uma agência do interior pensou algo que as agências que são de SP não pensaram. E muitas vezes as grandes agências de São Paulo negligenciam as mídias locais para investir em mídia massiva, sem considerar os novos canais de bairros. Talvez porque é mais fácil e/ou as comissões são maiores para investimento nos grandes veículos.
Entretanto, será que uma campanha de publicidade da NET ou da Vivo que é promovida para a cidade inteira não provoca chateação no consumidor quando ele liga para contratar um serviço e na região (bairro) ainda não está disponível?
É claro que muitas empresas locais precisam se reinventar e acompanhar o processo de modernização do mercado de comunicação, porém, é preciso também que o alto mercado olhe para os negócios regionais que estão surgindo e se transformando em boas opções de mídia para investimento de grandes marcas.
Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.
Vídeo: Pensar, produzir e bombar!
Confira abaixo o editorial do mês
O vídeo é uma ferramenta importantíssima de conexão com stakeholders.
Stakeholders é o termo em inglês que se dá a todos os públicos com os quais uma empresa pode se conectar por interesse, por exemplo: clientes, funcionários, prestadores de serviços, comunidade local, terceirizados etc.
As redes sociais ajudaram esta importante ferramenta a ocupar ainda mais espaço no processo de recepção e entendimento das mais variadas mensagens.
Sejam os resultados clipes, comerciais, vídeos institucionais, reportagens, takes, short vídeos, filmes ou curtas, o que importa é que os dois sentidos trabalhados juntos – audição e visão – geralmente são imbatíveis na capacidade da percepção de um conteúdo.
Basta observar a quantidade de youtubers que surgiram nos últimos anos como Felipe Castanhari, Whinderson Nunes, Felipe Neto, Kéfera Buchmann, entre tantos outros para ver o quanto vivemos uma revolução de mensagens, canais e opções.
Isso sem considerar os artistas televisivos que colocam seus programas à disposição para serem vistos a hora que as pessoas quiserem no Youtube ou Facebook. Danilo Gentili e Fabio Porchat, por exemplo, utilizam desta convergência.
Muitos diziam que rádio, jornal e televisão morreriam com a chegada de outras mídias. Na verdade, com a chegada da internet, todos eles se potencializaram. A audiência de um canal se multiplicou com a internet e com o celular, assim como os vídeos e conteúdos que também foram mais propagados.
Voltando no tempo
Quem não se lembra de algum clipe, vídeo engraçado, pegadinha, situações adversas ou flagras de ações policiais e do cotidiano filmados por pessoas?
Um exemplo é o famoso clipe do sul-coreano Psy com o hit “Gangnam Style” que contou com 2,9 bilhões de visualizações. Ele foi ultrapassado pelo hit “See You Again” de Wiz Khalifa com 2,93 bilhões. Todos eles grandes produções e inteligentes em seus enredos.
Além dos famosos clipes e comerciais, as ações de publicidade também chamam a atenção dos consumidores. Basta lembrar da marca Heineken que simulou a reação de três homens que ganharam a exclusividade de assistir a final da Champions League em um bar regado a cerveja e muita curtição, porém, não sabiam que suas esposas tinham ganhado as passagens para assistir a final na Europa. Resultado: 3,6 milhões de visualizações e milhares de comentários positivos em todas as rodas de conversa e gerando buzz – repercussão.
Hoje, através da internet, vídeos com palestras motivacionais ou treinamentos para funcionários podem ser adquiridos , facilitando o processo de capacitação. Antes dessa facilidade era necessário que o palestrante fosse necessariamente ao vivo, no horário definido.
Isso sem falar nos vídeos com infográficos que são usados em redes sociais e até no ambiente do marketing político expondo números e resultados com persuasão. Basta lembrar como foi a campanha de Dilma Rousseff em 2014 que teve a arquitetura visual de sua propaganda voltada à infografia.
Construtoras também optam agora por vídeos com tour 360º interativo – que permite mostrar ambientes com controle de visualização a partir de um ponto fixo, onde o usuário pode navegar, através da internet, e experimentar o lugar de forma imersiva.
Um vídeo que tenha “pegada” comercial ou sobre qualquer serviço que seja, precisa ser sucinto. Hoje em dia o tempo e atenção são preciosos e quanto mais objetividade melhor.
O tempo e o conteúdo precisam ser pensados de acordo com a ocasião e contar com a sensibilidade dos produtores em relação ao público-alvo.
O que vai ditar o comportamento e o ritmo de um material audiovisual serão, sem dúvidas, a edição, os efeitos sonoros e o roteiro – estes sim elementos vitais que se bem elaborados impulsionam o conteúdo da maneira desejada.
Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.
Vendas: um trem bala de persuasão!
Confira abaixo o editorial “Vendas: um trem bala de persuasão!”
Tenho o privilégio de trabalhar há 15 minutos a pé de minha casa. Muitas vezes venho de bicicleta e até caminhando com minha cachorra.
Porém, trabalhando no mercado de comunicação, e em São Paulo, é natural rodar pelos pontos mais distantes entre si em questão de dias.
Não foi diferente na semana anterior ao natal.
Fico na zona leste, mas fui atender um cliente na zona sul.
Na ocasião e horário era mais negócio ir de metrô e trem do que de carro.
Sempre vi vendedores ambulantes em torno das estações. De um tempo para cá, alguns começaram a vender dentro dos vagões.
E, nesta última passagem, notei uma grande quantidade deles.
A variedade dos produtos vendidos também chama atenção. Chocolate, fone de ouvido, bala, chiclete, capa protetora de celular, capa de RG e, por incrível que pareça, até purê de batatas!
Rápidos e persuasivos, a maioria dos ambulantes fazem sua propaganda em um vagão e depois saem para um outro com receio da denúncia ou de serem pegos pela fiscalização.
Muitos dos vendedores também contam com alguns ajudantes que fingem se interessar e comprar o produto, o que fatalmente leva outras pessoas a prestarem atenção no processo e, é claro, comprarem de fato.
Eis que um rapaz grita: “Vendo Pop Socket Cell Phone”.
Eu nem sabia o que era, do que se tratava, mas fiquei interessado pela maneira como vendia, afinal, era o quarto vendedor que entrara no vagão no percurso de seis estações.
Ele explicou de uma maneira muito clara, com uma colocação das palavras de maneira bem pontual. Até falou o nome das celebridades que foram fotografadas usando o produto – que nada mais é que um suporte para celular que promete evitar quedas do aparelho.
Seu discurso estava se estendendo quando mais uma estação chegou.
Como trata-se de uma atividade irregular, ele parou de falar enquanto as portas não fechavam novamente.
Os interessados compraram, porém, no decorrer da viagem, o rapaz retira um rádio comunicador do bolso e chama por companheiros em outros vagões avisando sobre a fiscalização que encontrariam no sentido contrário. Sim, ele estava de olho na fiscalização enquanto vendia e parecia coordenar as vendas.
Ao final disse que o preço e promoção anunciados aos passageiros só encontrariam no “Shopping Trem”!
Sei que trata-se de uma atividade não legalizada, mas a mecânica da coisa me chamou muito a atenção.
Que o brasileiro é criativo, todos sabem, entretanto, é inegável que a ação foi bem feita, com comunicação exposta, venda realizada, planejamento de entrada e saída, preocupação com concorrência e apoio aos colegas de trabalho.
Vejo hoje em dia a carência enorme de clientes que precisam de profissionais para trabalhar na área comercial com “jogo de cintura” similar.
Na verdade, algumas empresas até pagam muito bem já no início e mesmo assim não encontram pessoas com iniciativa de vendas.
Me perguntei, ao final da exposição do rapaz, se estamos procurando no lugar certo.
Quantos jogadores de futebol foram descobertos porque olheiros abriram, literalmente, seus olhos para o mundo visitando campos de várzea, futebol nos bairros, escolinhas etc?
Será que os caçadores de talentos não observaram ainda os talentosos vendedores nos transportes e espaços públicos em geral?
A necessidade de fazer o dinheiro no final do mês, principalmente de quem vive na informalidade, é intensa e sabe-se lá qual o tipo de problema que estas pessoas enfrentam em casa.
Penso que quanto mais difícil a situação, maior é a garra desta galera que vende nas ruas.
Quantas pessoas marcam a vida da gente pelo bom atendimento, educação e venda? Sem dúvidas este rapaz marcou sua passagem naquele trem.
Sem saber, ele tem hoje um artigo escrito por sua determinação.
Ele pode estar errado perante o rigor da lei, mas como vendedor está certo diante da essência da profissão e seu DNA comercial.
Afinal, o que seria das vendas se não fosse a necessidade do sustento de um indivíduo ou sua família, não é mesmo?
Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.